Hipotireoidismo: causa, sintomas e tratamentos

O hipotireoidismo é uma condição em que a tireoide não produz hormônios suficientes para atender às necessidades do corpo. Essa glândula, localizada no pescoço e em formato de borboleta, é essencial para nosso metabolismo, pois seus hormônios regulam diversas funções.

Quando há deficiência na produção dos hormônios tireoidianos, o hipotireoidismo pode surgir e, com ele, inúmeros sintomas que comprometem a saúde e qualidade de vida.

Vou explicar, a seguir, quais são esses sintomas, as causas e como tratar o hipotireoidismo! Siga a leitura ;)

Quais são as causas do hipotireoidismo?

O hipotireoidismo não tem uma causa definida e pode ser desencadeado por vários fatores. Entre os mais comuns estão:

1. Doença de Hashimoto

Essa é a causa mais frequente de hipotireoidismo, cerca de 80% dos casos. Trata-se de uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca erroneamente as células da tireoide, reduzindo sua capacidade de produzir hormônios.

2. Deficiência de iodo

O iodo é essencial para a produção dos hormônios tireoidianos. Sua falta na dieta pode levar ao hipotireoidismo. Embora raro em países que utilizam sal iodado, ainda é uma causa em regiões menos desenvolvidas.

3. Tratamentos para hipertireoidismo

A terapia com iodo radioativo para tratar o hipertireoidismo pode reduzir excessivamente a função tireoidiana, levando ao hipotireoidismo.

4. Fatores congênitos

Algumas pessoas nascem com anormalidades na tireoide que comprometem sua função. Esse tipo de hipotireoidismo é conhecido como congênito.

5. Efeitos colaterais de medicamentos

Medicamentos como lítio ou amiodarona podem interferir na produção hormonal da tireoide.

6. Cirurgia na tireoide

A remoção parcial ou total da tireoide, geralmente indicada para tratar nódulos, câncer ou hipertireoidismo, pode resultar em hipotireoidismo devido à perda da capacidade de produção hormonal.

Quais são os sintomas do hipotireoidismo?

Os sintomas do hipotireoidismo variam de acordo com a gravidade da condição e o período sem tratamento. Entre os mais comuns estão:

1. Fadiga e cansaço excessivo

A diminuição da atividade metabólica causada pela baixa produção de hormônios tireoidianos pode levar à sensação de cansaço constante.

2. Ganho de peso inexplicável

O metabolismo mais lento faz com que o corpo queime menos calorias, resultando em ganho de peso, mesmo sem alteração na dieta.

3. Intolerância ao frio

Pessoas com hipotireoidismo frequentemente sentem mais frio do que o habitual, devido à diminuição da produção de calor corporal.

4. Queda de cabelo, pele ressecada e unhas fracas

A falta de hormônios tireoidianos afeta a renovação celular, resultando em cabelos mais finos, pele seca e unhas quebradiças.

5. Depressão e alterações de humor

Níveis baixos de hormônios tireoidianos podem contribuir para sintomas depressivos e oscilações de humor.

6. Problemas de memória e concentração

A sensação de "mente nublada" é um sintoma comum relatado por pacientes com hipotireoidismo, prejudicando a produtividade e o foco.

7. Insônia

Pessoas com hipotireoidismo podem vivenciar episódios de insônia e ter um sono pouco reparador.

8. Baixa libido

A falta de desejo sexual também é um sintoma comum do hipotireoidismo.

Quais são os tratamentos para o hipotireoidismo?

O hipotireoidismo é uma condição tratável e, na maioria dos casos, requer cuidados durante toda a vida. É fundamental, no entanto, descobrir a origem do problema, para um tratamento mais eficaz.

As opções de tratamento incluem:

1. Reposição hormonal

O tratamento padrão é a reposição hormonal com levotiroxina, um medicamento que substitui os hormônios produzidos naturalmente pela tireoide. O medicamento é administrado em doses ajustadas, de acordo com os níveis sanguíneos de TSH e T4.

2. Acompanhamento regular

Monitorar os níveis hormonais é essencial para ajustar as doses e garantir o controle da condição. Por isso, o acompanhamento médico periódico é indispensável.

3. Alterações no estilo de vida

Embora não substituam o tratamento medicamentoso, uma dieta equilibrada, rica em nutrientes que fortalecem a tireoide, como selênio, zinco, ferro, vitaminas A e D, ômega 3, por exemplo, ajudam a fortalecer a saúde da tireoide.

Também é fundamental controlar gatilhos para a autoimunidade, como estresse, privação de sono, disbiose e hiperpermeabilidade intestinal, principalmente quando a origem do hipotireoidismo é a Doença de Hashimoto. 

Vou falar um pouco mais sobre isso…

E quando o hipotireoidismo é causado pela doença de Hashimoto?

Quando o diagnóstico da Doença de Hashimoto é feito em estágios iniciais, ou seja, sem comprometimento da função tireoidiana e diagnóstico de hipotireoidismo, é fundamental controlar os gatilhos da autoimunidade.

O que ajuda a controlar a autoimunidade:

• Identificar gatilhos na dieta: alimentação pró-inflamatória e deficiências nutricionais;

• Fortalecer a saúde intestinal;

• Detoxificar o organismo (metais pesados, toxinas, radiação);

• Melhorar o manejo do estresse.

Por outro lado, quando o hipotireoidismo já está instalado, a reposição hormonal pode ser indispensável, mas os cuidados acima devem ser mantidos.

O hipotireoidismo tem cura?

O hipotireoidismo, na maioria dos casos, não tem cura definitiva, especialmente quando causado por doenças autoimunes, como a Doença de Hashimoto.

Contudo, é uma condição totalmente tratável. A reposição hormonal adequada, as mudanças nos hábitos e o acompanhamento médico regular permitem que os pacientes levem uma vida normal e saudável.

Em casos de hipotireoidismo transitório, como o causado por condições temporárias ou medicamentos, pode haver recuperação total da função tireoidiana, após o tratamento da causa subjacente.

Conclusão

O hipotireoidismo é uma condição comum, mas que pode ser bem controlada com o tratamento adequado. Reconhecer os sintomas precocemente e buscar orientação médica são passos fundamentais para garantir qualidade de vida. 

Quer saber mais sobre os erros no tratamento do hipotireoidismo? Digite “QUERO” nos comentários, para eu fazer um post sobre isso!

Um abraço, 

Dra. Daniela Russo

 CRMMG 41385 RQE 24679