Andropausa: o que é, quais os sintomas e tratamentos
- Dra. Daniela Russo
- 17 de abr.
- 3 min de leitura

A andropausa é uma condição natural aos homens, porém muitas vezes negligenciada. Ela é caracterizada pela queda nos níveis de testosterona, um hormônio diretamente relacionado à vitalidade masculina. Se formos simplificar, podemos dizer que seria a “menopausa masculina”.
É importante entender e identificar essa fase, pois ela é responsável por sintomas que impactam diretamente a saúde física, emocional e sexual do homem. Por isso, vou explicar com detalhes o que é a andropausa, quais são seus sintomas mais comuns e os tratamentos disponíveis. Será o seu caso ou de alguém que você conhece?
O que é andropausa?
Como resumi anteriormente, a andropausa é a "versão masculina" da menopausa e ocorre devido à queda gradual dos níveis de testosterona, geralmente entre os 40 e 55 anos.
Diferente da menopausa feminina, a andropausa não acontece de forma abrupta, mas sim de maneira progressiva, mas os sinais podem se acentuar a partir dos 40 anos.
A testosterona é fundamental para diversas funções do organismo masculino, incluindo o desejo sexual, a manutenção da massa muscular, o humor, o foco mental e a saúde cardiovascular. Quando seus níveis caem, os impactos são amplos e perceptíveis.
Sintomas da andropausa
Os sintomas da andropausa variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:
Redução do desejo sexual (libido);
Disfunção erétil;
Fadiga e falta de energia;
Perda de memória;
Dificuldade de concentração;
Ansiedade, irritabilidade e instabilidade emocional;
Diminuição da massa muscular e aumento da gordura corporal;
Dores de cabeça.

Além disso, níveis baixos de testosterona estão associados a um risco aumentado para diversas doenças:
Depressão;
Redução da massa óssea (osteopenia/osteoporose);
Infertilidade;
Obesidade;
Aumento do colesterol ruim (LDL);
Diabetes;
Anemia.
Eu recomendo que esses sintomas sejam investigados pelo endocrinologista, pois além do declínio da testosterona, eles podem estar associados também a outras condições clínicas.
Tratamentos para a andropausa
A boa notícia é que a andropausa tem tratamento, por isso o diagnóstico correto é tão importante!
Atualmente, o mais indicado é a terapia de reposição hormonal (TRH) com testosterona, que deve ser sempre prescrita e acompanhada por um endocrinologista.
Existem várias vias de reposição hormonal, como:
Implantes hormonais: inseridos sob a pele, liberam o hormônio de forma contínua por vários meses;
Gel ou creme transdérmico: aplicado na pele diariamente;
Injeções intramusculares: podem ser aplicadas a cada 7, 15 ou até 90 dias, dependendo do tratamento;
Adesivos cutâneos: usados diariamente, com absorção pela pele.
A escolha da via depende das necessidades, estilo de vida e resposta de cada paciente.
Uma das vias mais eficazes e fisiológicas é feita por meio de implantes hormonais. Esse método utiliza hormônios isomoleculares, ou seja, com estrutura idêntica à da testosterona natural produzida pelo corpo.
Como funciona o implante hormonal:
O implante é inserido sob a pele, geralmente na região dos glúteos ou flancos;
O procedimento é rápido (menos de 10 minutos) e feito com anestesia local, no consultório médico;
O hormônio é liberado gradualmente na corrente sanguínea por vários meses, isso quer dizer que não há picos hormonais, que podem influenciar nos efeitos;
O tratamento é personalizado, com dosagens definidas com base em exames de sangue e anamnese do paciente.
Quais os benefícios da TRH na andropausa?
A maioria dos pacientes relata em pouco tempo:
Aumento da libido e do interesse sexual;
Redução da fadiga e aumento da energia;
Ganho de massa muscular e redução da gordura corporal;
Melhora do humor, foco mental e memória;
Estabilidade emocional;
Melhora da sensação geral de bem-estar e qualidade de vida.
Há efeitos colaterais?
Sim, alguns efeitos podem ocorrer, como maior oleosidade da pele e acne, retenção de líquido, aumento do tamanho da próstata, alteração no colesterol e um aumento no risco de coágulos.
Esses efeitos podem ser controlados com o ajuste da dosagem adequada. E claro, pacientes com contraindicação de reposição de testosterona não devem realizá-la.
E quais as contraindicações?
Nem todos os homens poderão fazer a reposição de testosterona, principalmente aqueles com histórico de câncer de próstata, apneia obstrutiva do sono não tratada, problemas cardíacos ou coágulos sanguíneos.
Por isso, a avaliação médica antes de iniciar a reposição é indispensável!
Conclusão
A andropausa é uma fase natural do envelhecimento masculino, mas seus efeitos não precisam ser aceitos como inevitáveis. Com diagnóstico adequado e acompanhamento médico, é possível recuperar a vitalidade, a saúde emocional e o desempenho físico por meio da reposição hormonal masculina.
Se você apresenta sintomas de andropausa, procure um endocrinologista capacitado para realizar a avaliação completa e discutir as opções de tratamento mais adequadas ao seu caso.
Conte comigo!
Um abraço,
Dra. Daniela Russo
CRMMG 41385 RQE 24679 RQE 24.678
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